Faz um tempo que se vê claramente a influência
exercida pela mídia quando o assunto é consumismo. Não é preciso números para
se notar que grande parte do movimento econômico (não só a economia brasileira)
se através do marketing (“a alma do negócio”) veiculada pelos meios. São
comunicações de carros, - que geralmente retratam o imaginário para dar uma
impressão do quão fora do comum aquele produto pode ser; de cervejas - com
belas mulheres e muitos amigos em um bar a comemorar; de cigarros, de comidas,
de brinquedos etc. O ponto principal a ser discutido é a ilusão e felicidade
que ali se encontram. Com essa falsa ilusão de que para ser feliz é preciso ter
aquilo, muitas vezes o consumidor se vê cego pelo desejo de ter o produto e é
preciso ‘ser feliz’ como as pessoas irreais daqueles comerciais.
O consumismo desenfreado não é só coisa de gente
grande não. Pesquisas feitas pelo Instituto Alana – instituto
que desenvolve atividades que despertam a consciência crítica da sociedade
brasileira a respeito das práticas de consumo de produtos e serviços por
crianças e adolescentes – aqui e no exterior, afirmam que o consumo
exagerado entre as crianças já deixou há muito tempo de ser um problema somente
dos norte-americanos. De acordo com a pesquisa – subtítulo “No
Brasil” – do Painel Nacional de Televisão do Ibope, as crianças brasileiras
de quatro a onze anos, que em 2004 assistiram a 4 horas, 48 minutos
e 54 segundos de tevê por dia, passaram a ver 4 horas, 51 minutos e 19
segundos, em 2005. Passando o Brasil a frente dos Estados Unidos na quantidade
de tempo em que as crianças usam a televisão. Outro dado importando que se
encontra na pesquisa é sobre o nível de obesidade causada graças à influência
da mídia através de comerciais – estes vistos pelas crianças como sedutores –
sobre redes de fast food e alimentação pouco saudável. De acordo com a pesquisa
feita pelo IBGE no ano de 2011 é capaz de se notar claramente a situação
alarmante, cerca de 10% das crianças e adolescentes brasileiros sofrem
sobrepeso e 7,3% obesidade, a maioria de classe média / alta, e agora vem à
pergunta, por que isso acontece mais em crianças e adolescentes que possuem
mais dinheiro? Simples, o acesso que se tem para encontrar alimento não
saudável, a facilidade de se ter com o que dinheiro que possui, muitos trocam a
“comida da mamãe” porque viram um comercial na televisão sobre um sanduiche
gorduroso que vem com ‘brinquedinhos’ e correm atrás desse tipo de comida pelo
simples fato de estarem acorrentados pelos comerciais sedutores e suas
promessas de felicidade.
Tudo se torna mais fácil quando se tem dinheiro, é
assim que se move o sistema capitalista, afinal, uma criança ou adolescente que
tem condições mínimas de assistir uma televisão, obviamente ficará encantada e
provavelmente vai querer algo que ali viu, entretanto, guardará aquele desejo
pra si ou pedirá o objeto aos seus pais, que se não tiverem condições irão
dizer que não e apesar da vontade da criança ou adolescente de ter aquilo, ela
terá de se conformar com a situação e esquecerá. Entretanto, se a situação se
repetir com um jovem de classe média/alta ele claramente fará pressão sobre
seus pais até que os mesmos realizem seus desejos.
Hoje em dia a maiorias das pessoas vivem escravas
da mídia e das propagandas que a mesma oferece impondo modelos de felicidade.
Pode-se até a afirmar que provavelmente aqueles que mexem com propagandas se
tornem ‘subordinados’ da mesma.
Alguns se vêem aprisionados, tem consciência e
pouco fazem para mudar, outros vivem de forma cega em um mundo de
inconsequentes.
Texto por: Náyade Dessiree.
0 comentários:
Postar um comentário