O comércio entre a Ásia e a Europa
remontava ao império romano. A primeira era uma tradicional fornecedora de
artigos de luxo ao continente europeu.
Após a Revolução Industrial, essa
relação se alterou. A expansão da indústria têxtil inglesa provocou a
estagnação do artesanato do artesanato asiático. Depois disto a Ásia passou de
vendedora a compradora dos produtos europeus, especialmente os britânicos. Esse
foi o primeiro passo para a conquista colonialista europeia.
A conquista da Índia
Já na segunda metade do século XVIII, a
Inglaterra iniciou a colonização dessa região. Após conquistar o litoral, o
governo inglês, auxiliado pelas Companhias das Índias Orientais, iniciou a
investida para o interior. Valendo-se das rivalidades que dividiam os
principais estados da Índia, a Inglaterra, ora aliando-se, ora dominando pela
força, impôs sua autoridade sobre todos os reinos.
Em 1857 estourou a Revolta dos Cipaios,
última tentativa de resistência a conquista britânica, duramente reprimida pelo
exército colonialista. Em 1876 a rainha Vitória, da Inglaterra, foi coroada
imperatriz da Índia. O domínio britânico na Índia permaneceu inabalável até
1919.
A China
Até a primeira metade do século XIX, o
comércio da China com o Ocidente era realizado quase que exclusivamente no
porto de Hong-Kong. Os europeus nada tinha vender aos chineses em troca de
imensas quantidades de chá, seda e outras mercadorias chinesas.
A situação começou a se modificar
quando a Companhias das Índias Orientais passou a contrabandear ópio para a
China. O ópio era produzido na Índia e na Birmânia, em grandes plantações
exploradas pelos europeus, e seu tráfico para a China gerava enormes lucros.
O governo chinês apelou ao governo
inglês, na tentativa de evitar o contrabando. Como não obtivesse resultados,
tomou medidas mais enérgicas: em 1839, na cidade de Cantão, foram queimadas
20.000 caixas de ópio. A Inglaterra reagiu prontamente, declarando guerra à
China.
Vencido pelo poderio naval inglês, o
governo chinês assinou o Tratado de Nanquim, em 1842. A Inglaterra anexou Hong
Kong ao seu império; 5 portos chineses foram abertos ao comércio inglês; e os
cidadãos ingleses tornaram-se imunes às leis e à justiça chinesa.
Depois dessa derrota, a China se
transformou em alvos de outras potências imperialistas. Em fins do século XIX,
Inglaterra, Alemanha, Japão, Estados Unidos, França e Itália dividiam entre si
os lucros vindos da exploração chinesa.
Em 1851 estourava na China uma grande
revolta popular, liderada pelo movimento Taiping, “a grande paz”. Essa revolta
só foi debelada em 1864. Mas sua herança não se perdeu e, em 1901, outro
movimento estourava na China: era a “Revolta dos Boxers”, assim conhecida
porque seus integrantes utilizavam-se das artes marciais chinesas para atacar
os europeus. Também foi duramente reprimida.
As outras regiões da Ásia
Na segunda metade do século XIX o
Sudeste asiático foi reduzido à condição de colônia francesa. Em 1859, após 57
anos de luta, a França conseguiu dominar as cidades de Saigon e Tourane. Pouco
tempo depois, valendo-se da rivalidade entre os governos do Camboja e do Sião,
o império colonialista francês converteu o Camboja em seu protetorado (1863).
Com o avanço das fronteiras coloniais
franceses para o oeste, a Inglaterra impôs sua autoridade à Birmânia (1886).
Para garantir a supremacia britânica
sobre a Índia, a Inglaterra fomentou a formação de “estados intermediários”,
independentes mas sob a proteção britânica, isolando as fronteiras do império
colonial inglês das regiões disputadas por outras potências. Foi o caso do
Nepal (1816), do Butão (1865) e do principado de Sikkin (1890).
(Fonte: PEDRO, Antonio. História Geral. São Paulo:
Editora Atual, 1995.)
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