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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Conheçam quem é o sapinho da abertura do blog: Flip, the frog!

Flip the Frog é o seu nome no mundo da animação e foi fruto da criação do gênio Ub Iwerks que trabalhou no estúdio de Walt Disney, antes de iniciar suas produções independentes em 1930. Criou vários personagens, mas “Flip the Frog” (Flip, o Sapo) é o que nos chama mais atenção devido a narrativa que sustenta seus filmes, com teor de comédia e aliada à realidade (e contexto histórico) da época. Era comum, o personagem aparecer junto com personagens desempregados, vagabundos, outros fugindo de policiais e de cobradores de impostos, retratando assim os problemas/reflexos da crise econômica e da depressão que assolava os Estados Unidos da América.
Rezende Filho (1991, p. 209-210) nos conta que “Os efeitos da depressão para os norte-americanos foram particularmente severos. O desemprego passou de 1,5 para 13 milhões de pessoas, jamais descendo a menos de 7 milhões até 1940, o que equivalia a 25% da força de trabalho. Os salários caíram em 60%, e o total da renda da mão-de-obra de 53 para 31,5 bilhões de dólares entre 1929 e 1933. Uma onde de pobreza varreu os Estados Unidos. Houve um brutal aumento das favelas em torno dos centros industriais; a maior parte dos trabalhadores somente encontrava empregos de meio-expediente; e houve a generalização da subalimentação e da agitação social”. No mesmo raciocínio Hunt & Sherman (1987, p. 166) citam que um um relatório do governo dos Estados Unidos de 1932 [...] descrevendo a operação de despejo de lixo num depósito da cidade de Chicago, fixou flagrante da miséria e da degradação a que foram arrastados esses milhões de pessoas: “Em torno do caminhão que descarregava lixo e outros dejetos, havia cerca de 35 homens, mulheres e crianças. Nem bem o caminhão se afastou do monturo, atiraram-se a ela e puseram-se a cavar com paus, alguns com as próprias mãos, agarrando restos de comida e de verdura.”
No desenho “What a life” (Que é a vida), Flip aparece faminto, mendigo e preso pela polícia, ou então, mostrando Flip enfrentando fila para conseguir um emprego simples (nível baixo), ou então, sem dinheiro para pagar despesas de um hotel, perda de dinheiro etc. Essa questão era vista e tratada de forma cômica, como “Tempos Modernos” de Charles Chaplin, que também abordou essa questão do anti-herói (ALVES, 2005).

What a life - Flip, the frog. (Ub Iwerks)


Apesar da miséria não ser um tema apresentado nessa obra e em outras, como em Office Boy, predomina a comicidade talvez como forma de crítica. Nele, Flip tem que enfrentar uma fila enorme para garantir uma vaga de emprego de nível baixo. Desta vez ele, sem ter dinheiro algum, tenta fugir de um hotel para se livrar do pagamento das despesas. 

Office Boy - Flip, the frog. (Ub Iwerks)


Outro exemplo do que estamos falando é o The Nurce Maid em que Flip está desempregado – tinha perdido o emprego de vendedor de jornais – e desolado andando pela calçada recebe a proposta de uma senhora de cuidar de seu bebê enquanto ela faz compras numa loja. Em troca do serviço Flip recebe uma moeda que é engolida acidentalmente pela criança, dando início as ações do sapinho para conseguir recuperar seu dinheiro.

Vídeo não disponível.

Recomendamos ainda o desenho Room Runners que mostra Flip enroscado em situações difíceis por estar sem dinheiro para pagar as despesas do hotel, e tenta fugir de fugir mas é perseguido pela proprietária e um policial.

Room Runners - Flip, the frog. (Ub Iwerks)

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