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sexta-feira, 6 de junho de 2014

Pão e Rosas, de Ken Loach (2000)

Celso Sabadin (2009) faz a seguinte descrição (e crítica) ao dizer "O inglês Ken Loach é um dos diretores mais festejados pela crítica especializada e pelos frequentadores de circuitos alternativos de cinema". E não é para menos. São raros os cineastas que num prazo muito curto de tempo realizam obras das mais interessantes. Político e humano como sempre, Loach centraliza a ação de seu filme num edifício norte americano como milhares de outros. Ou seja, onde os hóspedes são WASP (white, anglo saxões e protestantes) e os empregados são latinos. A partir das idéias de duas irmãs faxineiras, os empregados começam a perceber que eles teriam muito mais força se pudessem se organizar num Sindicato. E começam a considerar a ideia de maneira cada vez mais concreta.
De acordo com Giovanni Alves (2008) o filme "Pão e Rosas", de Ken Loach (2000), apresenta importantes elementos temáticos que tratam da situação do trabalho sob o capitalismo global. Primeiro, ele aborda a questão das migrações laborais - no caso, a migração ilegal de proletários desempregados do México (e da América Central) para os EUA; depois, trata da precariedade salarial extrema no setor de serviços de baixa qualificação (no caso, empregados faxineiros de prédios de escritórios em Los Angeles); e finalmente, o filme expõe a luta pelo reconhecimento da organização sindical dos setores pobres do mundo do trabalho. Importante destacar que o filme foi produzido baseado em fato verídico ocorrido no importante centro comercial de Los Angeles (Century City’s Office) em maio de 1990, quando cerca de 500 a 700 trabalhadores faxineiros dos prédios comerciais da região, parte deles de imigrantes ilegais, decidiram entrar em greve reivindicando melhores salários. A paralisação dos zeladores que durou de 29 de maio a 26 de junho de 1990, atingiu prédios de escritórios de importantes corporações internacionais no centro de Los Angeles. A paralisação atingiu os trabalhadores faxineiros da ISS (International Service System Inc), uma das maiores empresas de subcontratação de zeladores para serviços em prédios comerciais nos EUA (a ISS possui capital dinamarquês).
Longe dos clichês hollywoodianos, Loach novamente traça um belo painel social das classes menos favorecidas. Trabalha com um elenco desconhecido (porém afiado e homogêneo), e evita o panfletarismo raso que o tema poderia proporcionar. Selecionado para o Festival de Cannes 2000,Pão e Rosas pode não agradar ao público acostumado com a estética convencional das produções comerciais, mas certamente é um bom programa para quem espera ver algo de mais conteúdo na telona.

• Confira o trailer: aqui.

(Fonte: ALVES, Giovanni. Análise do filme Pão e Rosas. Disponível aqui. SABADIN, Celso. Pão e Rosas (Bread and Roses). Disponível aqui).

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