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domingo, 4 de setembro de 2016

Aquarela e sentimento

                                                              Dados técnicos:                                            
                                                              Aquarela 
                                                              Diretor André Koogan Breitman, Andrés Lieban
                                                              Ano 2003
                                                              País:  Brasil
Um caderno ou as folhas soltas sempre carregam sentimentos vividos por uma pessoa em determinadas situações e, talvez, quando olharmos para as linhas ou cores do papel que tal tentarmos enxergar o que eles nos transmitem além do aparente vazio?... As cores amarelas podem ser o tempo passado cujas letras se gastaram como determinadas crenças ou aventuras, quem saberá?? Cores brancas podem ser a esperança – já ansiosa – de receber a tato de uma caneta para começarem uma conversa e assim os primeiros registros e confissões, esperar assim vale a pena. As linhas estreitam  tentam modelar a forma correta como as letras devem ser feitas, ou melhor, carregadas de uma beleza padrão para que todos entendam, mas e as pessoas cujas letras são ‘disformes’ ou ‘feias’ mas a alma carregada de uma beleza e forte sentimento incontidos no próprio corpo? Muitas vezes o movimento ‘torto’ da mão não anda no mesmo ritmo do olhar  brilhante de quem escreve, mas o mais importante acontece: a mensagem sai e chega.
Quem escreve mesmo ‘disformando’ o padrão do alfabeto pode carregar em seu espírito e corpo  outras letras como as dos instrumentos musicais ao dedilhar cordas e tirar claves, colcheias, semicolcheias etc. Sim, tirar pois para conseguir dar vida (som) ao que está no papel  e fazê-las se mover é preciso talento escolhido. E quem nos escolhe para a vida?
Navegar sempre seguindo as ondas do mar para chegar em locais diferentes com a mesma vontade da partida e pensar: quanta coisa conhecer... Composição musical boa também é louvor a amizade entre quem escreve e quem registra e pode ser num caderno ou na parede da alma (ou memória) ou numa tela. Depende ou do compositor.
E a música aproxima, une, envolve - e tem voz de despedida – e não precisa vir do saxofone mas de um caminhar manso, elegante, altivo, direto e determinado em busca de outra coisa que envolve como uma melodia: um abraço.    
Então fica assim: com letra torta, com música sensível, com olhar brilhante, com cabelo esvoaçante, com andar..., com dedos longos que faz o desenho que a música pede, com sorriso docê..., com perfume envolvente – natural de amigos -,com muros quebrados, com viagens e sonhos...dá pra fazer uma aquarela sim!!! Uma aquarela com som de saxofone e flauta docê, cores de tempos diferentes, abraços envolventes, toques carinhosos, leves toques, olhares ternos, sentimentos ‘eternos’, brilhos das almas, colcheias e semicolcheias da transpiração. 

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