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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Uma representação sensível do luto

Bom dia a todas e todos que seguem nosso blog. Estivemos longe pelos mesmos motivos de todos os seres humanos nesses últimos meses de 2020... 
Não queremos aqui falar como todos (e novamente) sobre pandemia e mortes e "novo" normal... Mas a postagem de hoje faz uma reflexão belíssima e sensível sobre FAMÍLIA, sobre o sentido de ESTAR VIVO, o sentido de MORRER  e a vida permanente que pulsa em todos nós a cada instante. As tristezas e depressões que tanto se fala hoje, e salientadas em nós direta ou indiretamente, também podem ser enfrentadas com mergulhos na alma. Sim, como se no íntimo fossemos repleto de gotas de vida e experiencias... 
Sigam...

                                                             “Se algo acontecer...Te amo” 
                                                   Direção: Will McCormak e Michael Govier
                                                   Duração:12 minutos                                                    
                                                   Ano:2020
                                                   País: EUA

O curta-metragem “Se algo acontecer...Te amo” foi lançado na plataforma de streaming Netflix, no dia 20 de dezembro de 2020, e fez um sucesso inesperado. Envolvente em toda a sua trama, o curta inicia-se na refeição de um casal distante - não só fisicamente -, com suas sombras discutindo sobre a mesa, representando as emoções, os sentimentos que não se permitem exprimir. Com o decorrer da narrativa, nos é revelado que, a barreira que se ergueu entre o casal foi a perda - precoce - de sua filha, vítima de um tiroteio ocorrido na escola em que estudava. As cores utilizadas para compor os cenários contribuem para a ideia de melancolia, da perda de vida em que todos os cantos da casa se submeteram, devido à ausência da criança.Variações de preto, branco e cinza. Até que uma nova cor quebra a monocromia. Azul. A cor que simboliza a harmonia vem à tona, em meio ao caos, na medida em que o casal passa a se lembrar da filha, mas lembrar-se dela junto deles, brincando, em dias vistos como monótonos até se perderem no tempo, transformando-se em meras lembranças. Quanto mais eles pensavam nela, mais cores apareciam, cores quentes, simbolizando felicidade, até que, em meio às memórias, se recordam do momento em que a menina saía de junto deles para ir à escola. As cores somem e as sombras retornam, tentando desesperadamente - e inutilmente - impedi-la de chegar até a escola. Então a música é interrompida por um silêncio incômodo seguido de tiros, gritos de crianças e sirenes. Neste ponto da narrativa, as sombras retornam, mas com uma a mais dessa vez. A sombra da criança, tentando com todas as forças - e com êxito - aproximar os pais novamente. (Autora: Bianca Vissicaro)
No decorrer dos fatos, o curta aborda os cinco estágios do luto: 
1. A negação e o isolamento (representado pela distância do casal)
2. A raiva (quando suas sombras discutem sobre a mesa em que eles comem em total silêncio)
3. A barganha (quando ambos tentam impedir que a filha chegue até a escola)
4. A depressão (que, neste caso, inclui os sentimentos de debilitação, tristeza, solidão e saudade, quando as sombras caminham em sentidos opostos ao perceberem que não conseguiram impedi-la)
5. E, por fim, a aceitação (quando a sombra da garotinha finalmente consegue aproximar os pais, que então, choram juntos a ausência de seu raio de sol). (Referencia: https://www.vittude.com/blog/cinco-estagios-do-luto/)