País: Grã-Bretanha/EUA
Direção: Steve MacQuenn (II)
Produção: Brad Pitt
Ano: 2013
Em 1888, com a Lei
Áurea, a escravidão foi abolida no Brasil. 125 anos depois, estreia nos cinemas
“12 Anos de Escravidão”.
Músico do norte dos
Estados Unidos, o ator Chiwetel Ejiofor,
que interpreta Solomon Northup, vive
tranquilamente ao lado de sua esposa e filhos, até que, ao aceitar um trabalho
que o leva a outra cidade, é sequestrado e vendido como escravo.
“12 Years of Slave” traz cenas de embrulhar o estômago, onde o
protagonista segue desesperado. Cenários como este podem ser facilmente
encontrados em filmes como “Django Livre”
de Tarantino, e “Amistad” de Spielberg.
Os detalhes da trama são
extremamente angustiantes; contrastes de instantes em que Solomon recebe chibatadas, e que toca violino são perceptíveis, e
corriqueiramente, os estereótipos de homem branco como violento e agressivo
podem ser identificados... A não ser por Ford
(Benedict Cumberbatch), que se mostra
mais afável e menos coercivo para com os escravos.
A obra em si é intensa e
instigante, e apesar de ter ganhado três troféus do Oscar, fora indicado a nove categorias diferentes, uma delas de
melhor atriz coadjuvante, prêmio conquistado por Lupita Nyong’O. Steve McQueen
acaba fazendo um filme tão político quanto Lincoln, o que gerou impacto no público, até mesmo por se basear em
fatos. McQueen reuniu um elenco
incrível, que conta com o astro Brad Pitt,
embora este não possuir passagens marcantes, e fez de “12 Years of Slave” um dos melhores até aqui.
Em suma, de um ponto de
vista político, o longa-metragem é duro, impactante e perturbador, tendo em
vista que a história é crua, e retrata apenas uma porção de como decorreu o
período escravocrata. O enredo repleto de atrocidades é necessário, para que
haja entendimento de como era o mundo há mais de duzentos anos. Benilda Brito,
militante do movimento negro, ressalta que a origem da desigualdade que vivemos
provém da escravidão.
Foram doze anos para Solomon Northup, mas podem ser dias
atuais na vida de um negro. A abolição ainda não aconteceu. A luta ainda não
acabou.
Autora: Beatriz Aquino de Freitas – aluna do Ensino Médio (2º A) na cidade de Registro (SP)
Sugerimos que nosso seguidor que ainda não conhece ou não assistiu ao filme que acessem os traillers abaixo indicados pela autora da resenha.