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domingo, 23 de setembro de 2018

A FANTÁSTICA FÁBRICA DE MOER POBRES

                                                 
                                                          12 anos de escravidão (2013)
País: Grã-Bretanha/EUA
Direção: Steve MacQuenn (II) 
Produção: Brad Pitt
Ano: 2013


Em 1888, com a Lei Áurea, a escravidão foi abolida no Brasil. 125 anos depois, estreia nos cinemas “12 Anos de Escravidão”.
Músico do norte dos Estados Unidos, o ator Chiwetel Ejiofor, que interpreta Solomon Northup, vive tranquilamente ao lado de sua esposa e filhos, até que, ao aceitar um trabalho que o leva a outra cidade, é sequestrado e vendido como escravo.
“12 Years of Slave” traz cenas de embrulhar o estômago, onde o protagonista segue desesperado. Cenários como este podem ser facilmente encontrados em filmes como “Django Livre” de Tarantino, e “Amistad” de Spielberg.
Os detalhes da trama são extremamente angustiantes; contrastes de instantes em que Solomon recebe chibatadas, e que toca violino são perceptíveis, e corriqueiramente, os estereótipos de homem branco como violento e agressivo podem ser identificados... A não ser por Ford (Benedict Cumberbatch), que se mostra mais afável e menos coercivo para com os escravos.
A obra em si é intensa e instigante, e apesar de ter ganhado três troféus do Oscar, fora indicado a nove categorias diferentes, uma delas de melhor atriz coadjuvante, prêmio conquistado por Lupita Nyong’O. Steve McQueen acaba fazendo um filme tão político quanto Lincoln, o que gerou impacto no público, até mesmo por se basear em fatos. McQueen reuniu um elenco incrível, que conta com o astro Brad Pitt, embora este não possuir passagens marcantes, e fez de “12 Years of Slave” um dos melhores até aqui.
Em suma, de um ponto de vista político, o longa-metragem é duro, impactante e perturbador, tendo em vista que a história é crua, e retrata apenas uma porção de como decorreu o período escravocrata. O enredo repleto de atrocidades é necessário, para que haja entendimento de como era o mundo há mais de duzentos anos. Benilda Brito, militante do movimento negro, ressalta que a origem da desigualdade que vivemos provém da escravidão.
Foram doze anos para Solomon Northup, mas podem ser dias atuais na vida de um negro. A abolição ainda não aconteceu. A luta ainda não acabou.

Autora: Beatriz Aquino de Freitas – aluna do Ensino Médio (2º A) na cidade de Registro (SP)

Sugerimos que nosso seguidor que ainda não conhece ou não assistiu ao filme que acessem os traillers abaixo indicados pela autora da resenha.